segunda-feira, 9 de abril de 2012

Obesidade infantil afeta a saúde e a autoestima


A obesidade é uma doença que não atinge apenas os adultos. Cada vez mais crianças se tornam obesas e o peso em excesso pode causar diversos problemas de saúde. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 34,8% das crianças brasileiras de cinco a nove anos apresentam peso maior do que o considerado saudável pela OMS, a Organização Mundial da Saúde. Ainda conforme o estudo do IBGE, em torno de 10% das crianças e dos adolescentes do Brasil possuem sobrepeso e 7,3% são obesos.

"A obesidade infantil é uma das patologias nutricionais que mais tem apresentado aumento de prevalência, não apenas nos países desenvolvidos, mas também onde a desnutrição continua como o maior problema nutricional. Atualmente, a obesidade na infância e adolescência tem adquirido proporções epidêmicas e é relativamente comum em sociedades industrializadas", explica Alessandra Carneiro, nutricionista da Clinica Duoderme. "A obesidade infantil já é considerada uma epidemia e um problema de saúde pública mundial. Na infância pode acarretar diversas consequências à saúde, tais como hipertensão arterial, idade óssea avançada, menarca precoce, maior predisposição a artroses e até problemas cardíacos", comenta Myrla Merlo, nutricionista clínica e esportiva da clínica Da Matta Fisio, em Belo Horizonte (MG).

O que causa a obesidade infantil?

Vários fatores contribuem para o aumento da obesidade infantil. "As mudanças no estilo de vida da criança, com outros tipos de brincadeiras, mais tempo frente à televisão e jogos de computadores, além de maior dificuldade de brincar na rua pela falta de segurança é um dos fatores. Outros são os novos hábitos alimentares devido ao maior apelo comercial dos produtos ricos em carboidratos simples, gorduras e calorias, mais facilidade em preparar pratos ricos em gorduras e calorias e o menor custo de produtos de padaria", observa Myrla.

Reeducação alimentar e exercícios físicos

Para emagrecer e evitar os problemas de saúde causados pela obesidade infantil, a criança não precisa fazer uma dieta rigorosa. Basta uma reeducação alimentar acompanhada por médico ou nutricionista. "É importante a criança fazer uma boa reeducação alimentar, aprender a comer e quanto comer. A partir do momento em que pensa que está fazendo dieta, ela não consegue ter adesão ao tratamento", adverte Alessandra. "A reeducação alimentar sempre será a melhor opção de tratamento da obesidade infantil. Mas para que isso aconteça é primordial a disponibilidade dos pais ou responsáveis, uma vez que muitas crianças não têm entendimento sobre a gravidade do excesso de peso", avisa Myrla.

Convencer uma criança obesa a se exercitar não é uma tarefa difícil. Ela precisa fazer parte da escolha da atividade e do local onde vai praticar. "Os pais devem conversar bastante com seu filho e propor que pratique algum esporte. Eles podem visitar clubes e academias próximas à sua residência, fazer aulas experimentais e a partir daí definir qual esporte é mais adequado para perfil da criança", recomenda a educadora física. "Deve-se ter ideias criativas e lúdicas para aumentar a atividade física das crianças, como descer escadas do edifício onde mora, jogar balão, pular corda, jogar bola, caminhar na quadra, além de ajudar nas tarefas domésticas. O fato de mudar de atividade, mesmo que seu filho ainda seja sedentário, já ocasiona aumento de gasto energético e, especialmente, mudança de comportamento, de não ficar inerte por horas numa só atividade sedentária como se fosse um vício", alerta Myrla.

Alimentação correta

"A hora da refeição deve ser um momento de prazer e não de tortura tanto para a criança quanto para os pais. Por isso, não a force a comer o que ela não gosta, pois ela tende a ficar com raiva da comida e perde o apetite. Além disso, dê exemplo para o seu filho. Não adianta querer que ele coma saladas se os pais não comem. Evite colocar o mesmo tempero em todas as saladas, prefira molhos e temperos diferentes, tais como molho de iogurte, vinagre de álcool, vinagre de maçã, azeite de oliva, sal, cominho, ervas finas, alecrim, orégano, molho de queijo e outros. Faça pratos diferentes, como suflê de cenoura, suco de cenoura e outros pratos em que a cenoura é o ingrediente principal. Aproveite a água do cozimento dos legumes para cozinhar o arroz e o feijão, faça pratos lúdicos e coloridos e deixe a criança ajudar a fazer as compras no sacolão ou hortifruti, preparar a salada e, se tiver em casa uma horta, deixe-a participar também", recomenda Myrla.

Fonte: Entrevista da nutricionista Myrla Merlo para o Portal Bbel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário