quarta-feira, 8 de maio de 2013

“Meu filho começou a fumar. E agora?”


Psicóloga aconselha pais que não sabem como lidar com a situação

Você descobre que seu filho começou a fumar escondido. E agora? Deve deixá-lo tomar suas próprias decisões ou é preciso interferir nessa escolha? Veja dicas da psicóloga e especialista em psicoterapia de jovens e adultos Cecília Cruvinel e saiba o que fazer nessa situação.
Idade do adolescente
Em primeiro lugar, é importante distinguir adolescentes de 12, 15 ou 20 anos. Um jovem de até 16 anos fumando é bem diferente de um de 18, que já é maior de idade. “A diferença entre essas faixas etárias é óbvia: maturidade, responsabilidade, capacidade de tomar as próprias decisões. Fumar é um hábito permitido a adultos, portanto um adolescente de 18 anos está muito mais capacitado a decidir sobre isso do que um de 12 anos”, explica a psicóloga.
Porém, a primeira atitude que os pais devem tomar é conversar sobre o assunto abertamente. É importante ter paciência e tranquilidade para que o diálogo não se transforme em discussões intermináveis. “A aceitação ou não é uma questão pessoal, inclusive moral, dos pais. Proibir nunca é o melhor caminho, pois incentiva o filho a mentir”, completa a especialista.
Todo mundo sabe que fumar faz mal à saúde. Portanto, é indicado que ninguém fume e que os pais sempre informem os filhos sobre os males do cigarro, mesmo que seja uma informação bastante difundida. “Essa informação deve ser ressaltada ao longo do diálogo. Além disso, os pais devem incentivar e ajudar o filho a passar pela tentação de não fumar”, diz Cecília.
Motivos para buscar o cigarro
De acordo com a psicóloga, há vários motivos que levam o adolescente a buscar o cigarro: inserção no grupo de amigos, curiosidade, ansiedade, entre outras inúmeras possibilidades. Na visão do adolescente, há sempre uma boa razão para fumar.
“Cada uma dessas razões deve ser ouvida e trabalhada pelos mais de modo específico. Entretanto, é importante lembrar que aceitando ou não, não há garantia de que o filho tenha a mesma escolha dos pais. Ainda ressaltando a diferença de idade, é fundamental que os pais expliquem, informem, conversem e observem – no sentindo mesmo de olhar de perto, vigiar – seu filho, principalmente se ele tiver menos de 18 anos”, avisa.
Pais fumantes
Estudos apontam que quando pelo menos um dos pais fuma, a probabilidade de o filho fumar em alguma época da vida é bem maior em comparação a quem não tem nenhum dos pais fumantes. “Isso acontece por diversos motivos, como aprendizagem do comportamento, hábito para inserção na família, curiosidade e gosto pelo cheiro e sabor, e, até mesmo, influência genética, como aponta algumas pesquisas”, afirma Cecília.
Ela ainda aponta que um dos únicos recursos que impedem uma pessoa de começar a fumar é educação, isto é, informação de que o cigarro pode ser prazeroso, mas é um péssimo hábito. “Um adolescente preocupado com a saúde não começa a fumar. Por isso, é necessário incentivar hábitos saudáveis e proporcionar boa convivência social e familiar”.
Nos casos em que os pais fumam, é bem difícil que os filhos levem em consideração que o cigarro faz mal à saúde. “É contraditório pais fumantes dizerem aos filhos que não fumem. A dificuldade que esse filho terá em receber e assimilar com eficiência essa informação é muito maior. O melhor conselho é: se não quer filhos fumantes o primeiro passo é que os próprios pais não fumem”, aponta Cecília.
Ele insiste em fumar
Quando o jovem insiste em continuar fumando, a melhor saída é responsabilizar o adolescente por uma escolha de adulto que ele está fazendo. “Quando se trata de um adolescente mais jovem, por volta dos 14 anos, acredito que os pais devam procurar entender a função do cigarro na vida do filho. Podem conversar, informar que o cigarro é um aniquilador cruel da saúde e principalmente não infantilizar ou tratar o filho como irresponsável. O importante é justamente responsabilizar o adolescente por uma escolha de adulto que ele está fazendo. Por isso, um recurso efetivo é fazer o filho sustentar financeiramente seu próprio vício”, aconselha a psicoterapeuta.
No entanto, Cecília relembra que não existe conversa que garanta que os filhos não irão fumar.  “A informação sincera e completa, envolvendo os males, as doenças, as desvantagens e a possibilidade de ter outros hábitos no lugar do cigarro é o único meio eficiente de conscientização. Incentivar o adolescente a ter hábitos saudáveis, cuidar de si e de sua saúde também é um excelente aliado”.
Fonte: Entrevista da psicóloga da clínica Da Matta Fisio Cecília Cruvinel, para o Portal Papo Feminino.

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