Quem anda de ônibus ou frequenta espaços públicos já viu aquela plaquinha indicando que há um local ali reservado para os idosos. Muleta na mão, coluna envergada com a mão no lombar. Esta é a definição que temos dos idosos, segundo esta sinalização. Mas será que as placas retratam a realidade destas pessoas? De acordo com o movimento “A Nova Cara da 3ª Idade”, a resposta é não. O grupo pretende mudar o símbolo, com a justificativa de que ele não traduz o estilo de vida dessas pessoas. "Essa figura de bengala definitivamente não é reflexo de uma população saudável, que está em pleno crescimento", afirma o presidente da agência Garage, idealizadora do projeto.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a previsão é de que as pessoas com mais de 60 anos vão representar 32% da população mundial em 2050, superando, pela primeira vez na história, o número de crianças. “É difícil acreditar que o símbolo que encontramos nos ônibus, metrôs e em vários lugares da cidade represente o papel que estas pessoas têm hoje na sociedade, o nível de contribuição que podem trazer”, diz Max.
Mais ativos do que nunca, os idosos atuais estão procurando atividades para aliar bem estar do corpo e da mente. A aposentada Diva Santana Pereira, de 71 anos, faz pilates há mais de dois anos e afirma gostar de fazer várias atividades. "Sempre fiz muito exercício físico. Fazia diariamente mais de uma hora de ginástica com yoga e circuito de step e barra", conta a aposentada, que teve que abandonar o excesso de atividades após cair em uma rua da Savassi. "Eu acho que a gente fica mais bem disposta e animada para tudo", explica Diva. Aquela imagem da vovó sentada na cadeira de balanço, com um coque no cabelo e uma agulha de bordar nas mãos parece não atraí-la. "Eu sempre trabalhei fora e quando eu aposentei eu não parei de fazer cursos. A gente tem que prolongar a juventude. Não se sentir velha é o mais importante", pontua ela que atualmente faz curso de paisagismo no Inap.
O especialista em medicina esportiva e responsável pela Clínica Da Matta Fisio, Octacílio da Matta, explica que há um novo perfil de idosos. "Este perfil tem como características a extensão do tempo de vida produtiva ligada ao trabalho e lazer associados a estimulação da prática do esporte ou atividade física, que consequentemente melhora a qualidade de vida", explica o especialista, ressaltando que, para se ter boa saúde e bem estar, são necessários cuidados preventivos com a saúde e a prática de esportes ou atividade física. "Situações estas que estão em franco aumento entre os idosos", conclui.
Fonte: Jornal O TEMPO.
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