A fisioterapia respiratória ganha cada vez mais visibilidade no tratamento e prevenção de enfermidades ligadas às vias aéreas. Com a adoção de técnicas que incluem higiene, estímulo à expectoração, ampliação da capacidade respiratória e fortalecimento da musculatura torácica, é possível mitigar as principais reações provocadas por essas doenças. “Pessoas que têm alteração no sistema respiratório precisam readequá-lo. Com técnicas de fisioterapia que incluem exercícios, é possível reaprender a respirar, usando maiores volume e capacidade pulmonares”, explica Silano Souto Mendes Barros, fisioterapeuta com especialização em fisioterapia em terapia intensiva.
Ao ampliar a capacidade respiratória, a oxigenação dos tecidos é favorecida e o resultado é a melhoria da qualidade de vida. “Do contrário, as pessoas ficam cansadas mais rápido, reduzem as atividades físicas e podem comprometer inclusive a vida sexual e rendimento no trabalho”, observa Silano. Por isso a importância de priorizar uma respiração correta e que amplie a capacidade pulmonar. Segundo Jocimar Martins, presidente da Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespitarória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (Assobrafir), a especialidade tem papel fundamental na melhoria do condicionamento muscular. “E com isso, são maiores os benefícios fisiológicos e capacidade de praticar exercícios”, acrescenta.
Preparo para crises
Os resultados vão além. Há ainda técnicas que preparam o corpo para reagir da melhor forma possível a uma futura crise. “Com a fisioterapia, é realizado o fortalecimento da musculatura respiratória, que ganha resistência. Com isso o condicionamento físico melhora e o controle da respiração também. Esse processo permite prevenir as crises”, observa a professora de fisioterapia da Faculdade Estácio de Sá Juliana Fonseca.
Com o avanço das sessões e melhoria do quadro do paciente, fatalmente o uso de medicamentos será reduzido. “Esste é um grande aliado do tratamento medicamentoso. Uma pessoa com asma, por exemplo, pode reduzir a quantidade de remédio e ficar apenas com a bombinha no caso de ter uma crise”, afirma a especialista. A professora Ana Lúcia Faria de Souza é prova dos resultados do tratamento. “Antes de fazer a fisioterapia, eu ia direto para o hospital e entrava no antibiótico. Hoje não tomo mais”, conta.
Vítima de uma sinusite crônica, ela nunca imaginou que existisse tratamento fisioterapêutico para seu caso. “Foi o médico que indicou. Hoje não fico mais sem principalmente porque antes não dormia, por conta da apneia. Agora durmo muito bem”, garante. Durante as sessões, Ana Lúcia passa por uma série de etapas, entre elas a de fortalecimento dos músculos respiratórios. “Existe uma forma de abdominal que auxilia nesse processo e com isso me sinto muito melhor. Além disso, faço exercícios para manter a respiração mais leve”, explica. As sessões incluem ainda um procedimento fundamental, a limpeza das vias aéreas superiores, ou seja, o nariz. “Com o uso de soro fisiológico limpa-se tudo e respiro muito melhor”, explica a professora.
Secreção deve ser expelida
Quem sofre de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) – conjunto de doenças que inclui bronquite e enfisema, por exemplo – deve aprender a viver com a constante hipersecreção. A tosse e o transporte mucociliar são importantes mecanismos de expulsão dessa secreção, mas ficam comprometidos em pessoas que apresentam as doenças respiratórias.
Esse é um fator que requer bastante atenção. Segundo Jocimar Martins, da Assobrafir, o acúmulo de secreção brônquica, principalmente em regiões periféricas, torna-se um meio propício para colonização de bactérias, infecções e até hospitalização. “Porém, esse ciclo pode ser alterado por meio de diferentes intervenções. Várias técnicas de fisioterapia respiratória têm sido desenvolvidas para aumentar a remoção da secreção em pacientes em que a retenção ocorre nos brônquios”, observa.
Esse é um fator que requer bastante atenção. Segundo Jocimar Martins, da Assobrafir, o acúmulo de secreção brônquica, principalmente em regiões periféricas, torna-se um meio propício para colonização de bactérias, infecções e até hospitalização. “Porém, esse ciclo pode ser alterado por meio de diferentes intervenções. Várias técnicas de fisioterapia respiratória têm sido desenvolvidas para aumentar a remoção da secreção em pacientes em que a retenção ocorre nos brônquios”, observa.
Entre elas, a técnica Eltgol, que alcança regiões do pulmão onde a tosse não consegue chegar e, dessa forma, não é eficaz no processo de expulsão. “Essas secreções retidas podem provocar pneumonia e piorar o quadro do paciente”, alerta Jocimar, que liderou um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e premiado no Congresso da European Respiratory Society, na Alemanha, em 2006, mostrando os efeitos da técnica Etgol.
Outra importante alternativa para reduzir o processo de produção da secreção é manter a umidade do nariz. “Quando o tempo está muito seco, as vias aéreas superiores têm um desgaste muito grande para umidificar e aquecer o ar para chegar de forma adequada ao pulmão”, explica Jocimar. Para não colocar a mucosa sob estresse, é fundamental a limpeza constante do nariz com soro fisiológico. “De manhã e à noite já é suficiente para não deixar acumular essa secreção”, orienta a especialista.Fonte: SAÚDEPLENA
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