O médico do esporte atende tanto atletas de alto nível quanto iniciantes e indivíduos comuns, não atletas, saudáveis ou com alguma doença, de todas as faixas etárias. É uma espécie de clínico geral com um olhar voltado para a prática esportiva e para a qualidade de vida.
Ele exerce a função de orientador para a atividade física, analisando o histórico do paciente e seu estado atual, por meio de anamnese, exames clínicos e laboratoriais.
“Buscamos o melhor caminho para prevenção de lesões, tratamento e reabilitação . Também podemos indicar o esporte que seja mais adequado a cada pessoa e que contribua efetivamente para seu bem-estar”, diz o reumatologista e médico do esporte Páblius Staduto Braga, coordenador do Centro de Referência em Medicina do Esporte do Hospital 9 de Julho, de São Paulo.
Na consulta, é feita uma avaliação completa, procurando sinais que possam contraindicar determinada atividade. “Às vezes o paciente quer fazer natação, mas tem uma bursite no ombro. Vamos tratar até que ele fique bom e possa nadar sem problema ou até sugerir outra atividade mais apropriada a seu perfil. Procuramos fazer uma prescrição individualizada do exercício”, completa o médico do esporte Jomar Souza, de Salvador, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME).
Ele esclarece que o médico do esporte não substitui outros especialistas. “O paciente hipertenso continua seu tratamento com o cardiologista, da mesma forma que o indivíduo que tem hérnia de disco permanece com acompanhamento de seu ortopedista. A função do médico do esporte é orientar sobre as atividades físicas mais apropriadas para cada caso. Não vamos substituir, mas agregar com informações que beneficiam o paciente”.
Do praticante de musculação ao maratonista, passando por todas as modalidades esportivas individuais ou coletivas, todos são tratados de modo diferenciado pelo médico do esporte. “Mesmo que a pessoa tenha um orientador na hora da realização da atividade física, é importante verificar se a carga de exercício está compatível ao seu físico, se é necessário alguma suplementação, fortalecimento ou correção muscular”, diz Páblius Staduto.
Formação
Atualmente existe a possibilidade de o médico sair da faculdade já como médico do esporte, após período de residência na área. Porém, outros especialistas – geralmente cardiologistas e ortopedistas ou ainda endocrinologistas e reumatologistas – podem obter o título por meio de uma pós-graduação.
O diretor da SBME diz que ainda são poucos os médicos do esporte no Brasil. “Somos de 700 a 800 especialistas. Mas estamos crescendo em número”.
Nabil Ghorayeb, chefe do departamento de cardiologia do esporte do Instituto Dante Pazzanese, de São Paulo, considera de extrema importância o praticante de atividade física procurar esse profissional diferenciado. “Ao analisar um teste ergométrico, por exemplo, o cardiologista do esporte é capaz de identificar nuances importantes para o praticante de atividade física que talvez outro médico não valorizasse”.
Fonte: SAÚDE
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